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Muitas são as palavras já ditas, muitos são os pensamentos já pensados...mas todos temos o direito de concordar com as palavras exaustivamente ditas e com o que já foi pensado. Eu não Sou, eu apenas Estou...sei que não vim a passeio e já sei para onde vou, e você? Quem nunca elegeu uma música como a música da sua vida? Quem nunca tomou como suas as palavras de um poema, poesia ou pensamento? Quem nunca se identificou com uma imagem qualquer como se fosse um retrato da sua própria vida? Pois aqui reunirei não apenas uma, mas várias letras de músicas que fizeram e fazem parte da minha vida, poemas, poesias e pensamentos que fizeram e ainda fazem a minha cabeça e traduzirei, em imagens, os meus sentimentos diante de tudo...assim como também ousarei dizer com minhas próprias palavras o que penso e o que acredito, pois já não sou mais uma caloura nas salas de aula desta Vida.

domingo, 6 de novembro de 2011

Crônica sobre a Saudade...(Por Martha Medeiros)


“Em alguma outra vida, devemos ter feito algo muito grave, para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo numa porta doí.
Bater o queixo no chão doí.
Doí morder a língua,cólica doí, doí torcer o tornozelo.
Doí bater a cabeça na quina da mesa, cárie doí, pedras nos rins também doí.
Mas o que mais doí é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma brincadeira de infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade de nós mesmo,o tempo não perdoa.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se Ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ele no quarto,s em se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ele para a trabalho,mas sabiam-se onde.
Você podia ficar sem vê-lo, e ele sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o Amor de um acaba, ou torna-se menor no outro.
Sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber se ele continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Se aprendeu a entrar na internet, se aprendeu a ter calma no trânsito.
Se continua preferindo cerveja a uísque (e qual a cerveja).
Se continua sorrindo com aqueles olhos apertados, e que sorriso lindo.
Será que ele continua cantando aquelas mesmas musicas tão bem (ao menos eu admirava)?
Será que ele continua fumando e se continua adorando Mc Donald's?
Será que ele continua não amando os livros, e ela cada vez mais?
E continua não gostando de dar longas caminhadas, e ela não assistindo televisão?
Será que ele continua gostando de filmes de ação, e ela de chorar em comédias.
Será que ela continua lendo os livros que já leu?
Será que ele continua tossindo cada vez que fuma?
Saber é não saber mesmo!!!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais longos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento.
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se Ama e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti (e sinto) enquanto estive escrevendo e o que você (deveria) provavelmente estar sentido agora depois que acabou de ler."


Martha Medeiros

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