"Como nos enganamos fugindo ao amor...
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar sua espada coruscante, seu formidável poder de penetrar o sangue e nele imprimir uma orquídea de fogo e lágrimas.
Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu em doçura e celestes amavios.
Não queimava , não siderava; sorria.
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.
Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor que trazias para mim e que teus dedos confirmavam ao se juntarem aos meus, na infantil procura do outro.
O Outro que eu me supunha, o outro que te imaginava, quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só."
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar sua espada coruscante, seu formidável poder de penetrar o sangue e nele imprimir uma orquídea de fogo e lágrimas.
Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu em doçura e celestes amavios.
Não queimava , não siderava; sorria.
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.
Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor que trazias para mim e que teus dedos confirmavam ao se juntarem aos meus, na infantil procura do outro.
O Outro que eu me supunha, o outro que te imaginava, quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só."
Carlos Drummond de Andrade
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